quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

FICA COMIGO


FICA COMIGO




Eu quero um amor assim:

ser, estar e viver uma grande amizade,

que de tão grande, se torna uma cumplicidade,

e por haver cumplicidade, se respeita,

se busca, se deseja, se ama...

Quero um amor assim, talvez como você,

que busca viver além das aparências,

um grande caso de amor,

que seja mais do que chama,

que seja uma fogueira amiga que indica direção,

como farol no caminho da vida, as vezes tão escuro,

que seja uma fogueira perene,

onde cada um coloque sempre um graveto,

mantendo sempre acesa a nossa paixão.

Quero um amor de rosto colado, de mãos dadas ao entardecer,

de telefonemas inesperados, de corpos suados,

de entrega e paixão,

de conte comigo, de estou aqui

de muitas palavras, mesmo que em silêncio.

Quero um amor assim,

com o teu jeito, com teu sorriso,

sem o medo do passado e despreocupado do futuro.

Sabe de uma coisa?

Você é o meu número,

tem a exata medida da minha paixão,

esta noite eu te convido:

fica comigo...


Beijos,


Ricardo.


(Paulo Roberto Gaefke)

METADE DE MIM





Metade de mim


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que a minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço, que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que me lembro ter dado na infância,
porque metade de mim é a lembrança do que fui e a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer,
porque metade de mim é platéia e a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

Beijos,
Ricardo.
(Desconheço a Autoria)